quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dia 6 - Tudo novo, de novo.

Oi, Blog.
Eu finalmente tomei aquela decisão sobre a qual escrevi no último post. Decidi começar um ano novinho de tudo.
Já que vou me mudar de cidade, de hábitos, nada mais justo do que largar o magrelo fumacento para trás.
Tá fácil? Não.
Mas também não está tão difícil quanto parecia antes de me decidir. Era isso que estava faltando: decidir e me comprometer.
Pois bem, estou aqui para me comprometer oficialmente. Não garanto que virei escrever todos os dias como da outra vez. Não tenho sentido tanto essa necessidade. Mas virei desabafar sempre que tiver vontade.
O comprometimento não é com o Blog, mas com a minha saúde e meu bem-estar.
Doeu zerar o contadorzinho de dias sem fumar que fica ali do lado esquerdo, viu? Eu fiquei mais de 2 anos e meio sem o veneninho e agora voltei ao dia 6. Mas não adianta lamentar, o jeito é começar de novo.
Ok. Dito isso, vamos aos acontecimentos e sensações dos últimos 6 dias...
O pior momento até agora foi a primeira noite. Era uma ansiedade tão grande que as pernas formigavam, as mãos suavam, o coração disparava, a barriga doía. Fazia tempo que eu não sentia uma coisa assim. Parecia a sensação de sentir muito medo. Talvez fosse medo mesmo, sei lá. Deixei o sentimento existir, tentei prestar atenção na minha respiração, mas estava f-o-d-a. Precisei tomar um calmantezinho fitoterápico (Valeriana) e ainda assim foi difícil pegar no sono. Mas sobrevivi.
Nos dias seguintes tive alguns momentos de ansiedade mais moderada, bastante irritação e fome.
Na verdade não é fome, é ansiedade disfarçada de vontade de comer. E não é vontade de bater um pratão de arroz com feijão, não. É uma vontade de ficar beliscando coisas. Eu devo ter comido pelo menos 1kg de amendoim nesses 6 dias, sem exagero.
Água ajuda muito. Principalmente se for em garrafinha de sucção. As vezes eu percebo que depois de engolir a água eu solto o ar, como se tivesse tragado. Coisa de maluco, né?
Cerveja não me fez ficar desesperada não. Ver outras pessoas fumando também não. Dá uma sensaçãozinha de inveja que some assim que é reconhecida como tal.
Eu procurei no blog a tag do [ 6° dia ] da outra vez e acredito que desta vez eu esteja bem mais tranquila e consciente. Não sei. Não quero me superestimar também.
Um dia de cada vez...

terça-feira, 30 de junho de 2015

Dia -2 - Quase lá!

Oi, blog

Lembro de um post em que comparei deixar de fumar com terminar um relacionamento. Voltar a fumar também é muito parecido com voltar a uma relação ruim.
A roupagem está um pouco mudada mas por dentro ele é igual.

Mesmo com suas mais de 4.700 substancias tóxicas, ser a maior causa de morte evitável no mundo, nocivo mesmo pra quem não fuma, diminuir o calibre das veias, dificultar a absorção de nutrientes, prejudicar o estômago, o hálito, os dentes e ser a causa de diversas doenças e dessa tosse infernal que me perturba noite e dia, eu continuo pagando um absurdo pelo maço do veneninho e deixando-o controlar minha vida.

Eu estou totalmente ciente dos danos que ele me causa mas estou ainda cultivando essa relação de dependência. Por quê?
O que ele faz por mim que me impede de deixá-lo? É uma questão química? Biológica? Emocional?

Terminar um relacionamento também pode ser muito difícil, mas uma vez que se chega à conclusão de que a relação faz mais mal do que bem, o próximo passo é óbvio: decidir.
Decidir de vez mesmo. E seguir em frente sem olhar pra trás.
Agora não adianta lamentar a volta e cultivar arrependimentos.
É hora de decidir, simplesmente. To quaaase chegando lá, blog. Calma!


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Escolhas?

Oi, Blog.

É com o rosto corado e os olhos marejados que venho lhe dizer: precisamos conversar.

Poderia te dizer que fui ingênua, que me distraí. Mas não posso me eximir da culpa. Não estaria sendo honesta comigo nem com você. Então preciso começar por onde dói: a verdade.
Eu sabia que estava errada. Eu sabia que estava flertando com o perigo, que estava deixando de lado a razão, ignorando os avisos. Mas assumi o risco. Quis pagar pra ver.
Numa noite, um trago.
No dia seguinte eu nem sabia ao certo o que tinha feito. Sabia, mas não avaliei os danos. Deixei pra lá...
Outra noite, um cigarro.
Confesso que foi muito bom. Fumei-o todo, sem pesar e sem culpa. Sem pensar nas consequências desse prazer momentâneo.
Os momentos que se seguiram, hoje vejo como uma sucessão de erros. Mas enquanto eu os vivia, não parava pra olhar.
Fui me deixando levar.
Pensei por várias vezes "essa é a última vez". Mas nem eu acreditava em mim.
Disse pra outras pessoas, a fim de me comprometer, "essa é a última vez, agora é sério". Elas tampouco acreditavam.
Fiz promessas que descumpri. Fiz listas que rasguei. Fiz anotações na mão. Tudo em vão.
Por isso não estou aqui pra prometer mais nada. Só vim te dizer que errei feio, errei rude.
Me deixei levar e hoje não sei o que fazer do engodo. Quero sua ajuda.
Por favor, não desiste de mim não, tá?


-Nossas escolhas fazem de nós o que somos, né?

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

2 anos, 1 mês e 25 dias

você acredita em sintonia, blog?
você acredita que podemos atrair coisas e/ou pessoas através da mente?
isso soa muito auto-ajuda ou muito místico pra você?
para mim não. energia é a base de tudo que acredito. assim como a crença de que posso atrair ou ser atraída para o que está na mesma sintonia que eu.
pois bem. dia desses eu senti uma saudade do magrelo. não só dele mas do ritual em si, dos papos de fumódromo e alguns outros hábitos bobos.
não foi forte a ponto de me deixar balançada, mas fiquei nostálgica por alguns instantes.
ia mesmo deixar pra lá.
acontece que pouco tempo depois encontrei-me com alguém que também estava há certo tempo sem fumar e, ao conversarmos sobre esses desejos que ainda ecoavam em nossas mentes, foi como se eu tivesse apagado um a um. sabe aquilo de lançar a luz da consciência sobre algo?
falando sobre cada uma dessas coisinhas, consegui ver as razões pelas quais elas eram importantes pra mim e senti que hoje já não fazem nenhum sentido.
já fiz um post sobre um sentimento parecido. me lembro de falar da dificuldade que era me sentir como se algo que fazia parte de mim, da minha personalidade, estivesse me deixando. e isso me fazia sentir menor e mais fraca.
essa sensação as vezes volta. aprendi a permitir que ela exista e assim ela enfraquece.
então o pensamento de hoje é, basicamente, o mesmo de sempre: falar sobre o assunto e olhar pra cada sentimento.
não deixe pra lá. uma hora ou outra você acaba percebendo que os pensamentos nem são tão poderosos assim e eles deixam de ter poder sobre você. as barreiras, então, serão mera ilusão...



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

776 dias não-fazendo algo.

oi, blog!
tenho pensado bastante em você. em como foi importante pra mim e de que forma eu ou você poderíamos ser úteis para outras pessoas.
acredito que a maioria das pessoas vivam em constantes batalhas pessoais e seria maravilhoso poder fazer algo de positivo para as que estão passando por algo pelo qual já passei.
tenho tido uma espécie de imã com pessoas que estão tentando ou pelo menos querem parar de fumar e não acho que seja por acaso.
mas existe aquela coisa do ex-fumante chato e o fato de eu não me sentir em posição de dizer pra ninguém o que devem ou não fazer. é uma experiência única pra cada um.
então, como proceder?

Meditação do cigarro

Um homem veio a mim. Ele sofria do vício de fumar há trinta anos; ele estava doente e os médicos disseram: "Você nunca ficará bom se não parar de fumar." Ele era um fumante crônico e não conseguia parar. Mas ele tentou, tentou arduamente e sofreu muito tentando. Conseguia por um ou dois dias, mas então a necessidade de fumar vinha tão forte que simplesmente o vencia. Novamente ele caía no mesmo esquema.

Por causa disso, ele perdeu toda a autoconfiança; sabia que não podia fazer nem essa pequena coisa: parar de fumar. Ele se desvalorizou diante de si mesmo; considerava-se a pessoa mais sem valor do mundo. Não tinha mais respeito por si mesmo. E assim, ele veio a mim.

Ele disse: "O que posso fazer? Como posso parar de fumar?" Eu lhe disse: "Você tem que entender. Agora, fumar não é apenas uma questão de decisão. É algo que já entrou no seu mundo de hábitos; já se enraizou. Trinta anos é um longo tempo. Esse hábito tem raízes no seu corpo, na sua química, espalhou-se em você. Não é mais apenas uma questão de decidir com a cabeça; sua cabeça não pode fazer nada. Ela é impotente; pode começar coisas, mas não pode pará-las facilmente. Uma vez que você começou e praticou por tanto tempo, você é um grande iogue - trinta anos de prática em fumar! Já se tornou automático; você tem que desautomatizar isso." Ele perguntou: "O que você quer dizer por desautomatizar?"

É nisto que consiste toda a meditação: na desautomatização.

Eu lhe disse: "Faça uma coisa: esqueça tudo sobre parar de fumar. Não há necessidade. Por trinta anos você fumou e viveu; é claro que foi um sofrimento, mas você se acostumou a ele também. E o que importa se você morrer algumas horas antes do que morreria sem fumar? O que você vai fazer aqui? O que você fez? Então, qual a importância em morrer na segunda, na terça ou no domingo, neste ou naquele ano - que importa?"

Ele disse: "Sim, isso é verdade; não importa".

Então eu disse: "Esqueça tudo sobre parar de fumar; não vamos parar absolutamente. Ou melhor, vamos compreender isso. Assim, da próxima vez, faça do fumar uma meditação".

Ele disse: "Do fumar uma meditação?" Eu disse: "Sim. Se as pessoas zen podem fazer do beber chá uma meditação, uma cerimônia, por que não com o cigarro? Fumar também pode ser uma bela meditação".

Ele ficou impressionado e disse: "O que você está dizendo? Meditação? Conte-me - nem posso esperar!"

Então dei a meditação para ele: "Faça uma coisa. Quando pegar o maço de cigarros do seu bolso, pegue-o bem lentamente. Curta, não há pressa. Fique consciente, alerta, atento; pegue lentamente com atenção total. Então, tire um cigarro do maço com toda a atenção, lentamente, não da velha maneira apressada, inconsciente, mecânica. Depois, comece a bater o cigarro no maço, atentamente. Escute o som, como fazem as pessoas zen quando o samovar começa a cantar e o chá começa a ferver... e o aroma... Então cheire o cigarro e sinta sua beleza..."

O homem disse: "O que você está dizendo? A beleza?"

"Sim, ele é belo. O tabaco é tão divino quanto qualquer outra coisa. Cheire-o; é o cheiro de Deus".

O homem ficou um pouco surpreso: "O que! Você está brincando?"

"Não, não estou brincando. Mesmo quando brinco, não brinco. Sou muito sério."

Então, ponha o cigarro na boca, com toda a atenção, e acenda-o. Curta cada ato, cada pequeno ato e divida-o em muitos pequenos atos para que você possa tornar-se o mais alerta possível.

Dê a primeira tragada: Deus em forma de fumaça. Os hindus dizem, "Annam Brahm" - "Comida é Deus". Por que não a fumaça? Tudo é Deus. Encha profundamente seus pulmões - isto é pranayam. Estou lhe dando uma nova ioga para um novo tempo! Depois, solte a fumaça, relaxe; dê outra tragada - e faça tudo bem devagar...

Se você puder fazer isso. ficará surpreso; logo verá toda a estupidez disso. Não porque os outros estão lhe dizendo que é estúpido, que é ruim. Você o verá; e não apenas intelectualmente, mas a partir de seu ser total; será uma visão da sua totalidade. E então, um dia, se o vício desaparecer, desapareceu; se continuar, continuou. Você não tem que se preocupar com isso."

Depois de três meses, o homem voltou e disse: "Ele desapareceu!"

"Agora, eu disse, tente isso com outras coisas também".

Este é o segredo, segredo: desautomatizar. Andando, ande devagar, atentamente. Olhando, olhe cuidadosamente e você verá que as árvores estão mais verdes do que nunca e as rosas estão mais rosas do que nunca. Escute! Alguém está falando, sussurrando: ouça atentamente. Quando você falar, fale atentamente. Deixe que toda a sua atividade de despertar torne-se desautomatizada.

Osho, em "O Livro Orange"
Imagem por projek7
Aqui e aqui , outras meditações de Osho para ajudar a parar de fumar.


Leia mais: http://www.palavrasdeosho.com/2009/05/meditacao-do-cigarro.html#ixzz3DP8JWvVn

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

2 anos

Passando aqui na maior cara de pau, depois de mais de um ano um tempão sem dar as caras, como se nada tivesse acontecido. Sim, sou dessas...
Estou vivendo sem o magrelo já faz 2 anos e 11 dias e, olha, não volto pra ele não!

Resolvi escrever porque me lembrei de que eu fui muito cuzona ingrata com um dos meus maiores ajudantes nessa saga e me sinto na obrigação de me redimir. Não sei explicar porque nunca falei sobre esse pequeno-grande companheiro, que foi fundamental nos momentos de crise. (Juro por Jah que este post não é patrocinado)
Estou me referindo ao livro PARE - Leia Este Livro e Pare de Fumar. Foi um presente da minha mãe que, na época, pagou R$9,90.
Este nanico, do tamanho de um maço de cigarros, é um programa desenvolvido por Charles F. Wetherall para guiar o futuro ex-fumante.
Não posso dar todo crédito ao livro. É claro que sem força de vontade e disciplina, ele é só um livro. Mas pra quem tá afim de verdade, é uma ajuda e tanto e no meu caso funcionou muito bem.
Não quero ficar rasgando muita seda aqui porque, como eu disse, não é um post patrocinado. Se a editora quiser o número da minha conta, escrevo um post de 180 linhas. hahaha
E se alguém (se é que alguém ainda lê esta bagaça) se interessar, ele é facinho de encontrar. Apaga o cigarro e vai procurar...


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Um ano, uma semana e uma entrevista.

O post de hoje é dedicado aos possíveis novos visitantes que chegarão aqui depois de ler a entrevista que acabei de conceder ao Victor Augusto, repórter do Diário da Região.
Se você se interessou em conhecer um pouco da minha trajetória deve ser porque tem algo em comum comigo.
Talvez a vontade de abandonar o vício, talvez um amigo ou parente fumante, talvez tenha se simpatizado com a história ou talvez seja por pura curiosidade.
Independentemente da razão que te trouxe aqui, seja bem vindo(a) e fique a vontade.
Pode ser que você ache mais fácil começar pelo começo ou ache melhor ir clicando nos marcadores. Be my guest.
Quero pedir desculpas antecipadas pelos dias em que me ausentei e se em alguns momentos os relatos não fazem sentido. Algumas coisas só precisavam ser postas pra fora, ainda que não pudessem ser compreendidas. 
Também peço desculpas pelo mau-humor e pelos palavrões. A abstinência mexe muito com gente!
Aos que esperam encontrar aqui um Guia de como parar de fumar, sinto muito desapontá-los, mas não existe fórmula mágica. É uma mistura de força de vontade com persistência e vigilância constante. 
O fato de escrever as sensações e os pensamentos mais recorrentes foi, sem dúvida, de maior ajuda nesse caminho e eu recomendo muito que quem se sentir disposto a escrever, o faça. Pode ser em um blog, em um diário, em um papel de pão ou até mesmo aqui. 
E por último, mas não menos importante, pra quem quer apenas saber como vou indo, eu vou muito bem. Obrigada por perguntar.
Caminho sem esse fardo que é o vício/hábito de fumar. Tenho uma respiração que flui melhor, uma pele mais saudável, bastante fôlego e disposição. Também tenho uma auto-confiança um pouco maior sobre o que sou capaz de fazer e segundo o contadorzinho aqui do lado também já economizei uma boa grana. Mas não me iludo. Não sou uma ex-fumante. Ainda estou em recuperação e me mantenho atenta.
Motivos para não voltar a fumar não faltam. O que falta então?
Cada um tem que procurar dentro de si a resposta pra essa pergunta.